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sociedade

Antropólogo crítica a opinião de pastores sobre a união de homossexuais

Ele diz que os religiosos são contraditórios pois quando lhes é interessante eles atualizam a leitura bíblica

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O Jornal das Dez da TV Globo do Rio de Janeiro, que foi ao ar na última quinta-feira, 28, entrevistou André Chevitarese, antropólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFERJ) que falou sobre a pesquisa do Ibope que mostrou que 55% da população brasileira é contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que aprovou a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

O antropólogo afirmou que o estou lhe chamou atenção nesta pesquisa foi em primeiro lugar o que ele chamou de “leitura fundamentalista” e em segundo o nível de escolaridade que no estudo mostrou que quanto menor o grau de instrução, maior é a rejeição desse tipo de relacionamento. Sendo que quem tem o nível de escolaridade maior aceita com mais facilidade as relações homoafetivas.

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Sobre o aspecto religioso, Chevitarese mostra uma posição crítica aos evangélicos que nesta pesquisa mostraram serem os maiores opositores da união civil entre gays. “O mesmo religioso que lança mão do material bíblico para dizer que do ponto de vista religioso a união estável é contrária aos mandamentos de Deus, é o mesmo religioso que atualiza sua leitura bíblica com relação a casar duas, três, quatro ou cinco vezes, quando a mesma escritura diz que é para casar apenas uma vez.”

O professor da UFERJ diz que hoje os religiosos fazem leituras diferentes de acordo com seus interesses e, portanto não atualizar a leitura bíblica em relação ao homossexualismo é “um fundamentalismo com uma cara bastante conservadora e contraditória”.

Ligando a religião com o grau de escolaridade, Chevitarese lembra um dado do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) que apontou que 89% da população brasileira se diz cristã. O antropólogo então explica que essa “população é contaminada por suas lideranças”, mas quando o indivíduo possui um nível escolar elevado, ele começa a filtrar melhor as palavras que ouve na igreja e começa a pensar diferente.

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Assista a entrevista:

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